Covid-19: Fiocruz alerta para piora na ocupao de leitos de UTI em vrios estados brasileiros

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu nesta quarta-feira (26) uma nota técnica baseada em dados coletados pelo Observatório Covid-19 que revelam um forte crescimento na taxa de ocupação de leitos de UTI em todo o Brasil desde o último trimestre do ano passado.

Os números indicam um crescimento acelerado e acendem um sinal de alerta sobre a possível iminência de um colapso no sistema de saúde brasileiro, hipótese levantada por especialistas e que se destaca pelo enorme avanço das notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

De acordo com o gráficos divulgados pela instituição, a partir do mês de dezembro de 2021 o país vem registrando uma crescente taxa de ocupação de leitos de UTI em diversos estados brasileiros, especialmente aqueles das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, que em alguns casos exibem mais de 90% de ocupação.

Os números revelam que a taxa de ocupação de leitos de UTI da Covid-19 para adultos está crítica em sete estados, sendo Rio Grande do Norte (83%), Pernambuco (81%), Piauí (82%), Goiás (82%), Mato Grosso do Sul (80%) e Distrito Federal com 98% dos leitos reservados.

O aumento no número de casos devido à transmissão desenfreada da variante Ômicron também acende um sinal de alerta em outras unidades da Federação, incluindo São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, que apresentam mais de 60% de taxa de ocupação e vêm exibindo piora no número de internações com média de aumento de 12 pontos percentuais.

A Fiocruz destaca que pessoas com o calendário vacinal completo e que também receberam a dose de reforço são pouco suscetíveis a essas internações, no entanto a presença de comorbidades — como doenças respiratórias pré-existentes, por exemplo — e idade avançada podem deixá-las vulneráveis.

Conforme ressaltam os pesquisadores da Fiocruz, a população brasileira deve seguir adotando medidas sanitárias de contenção à propagação do vírus, incluindo o uso de máscara, álcool em gel e distanciamento social, bem como autoisolamento quando surgirem sinais e sintomas correspondentes ao SARS-CoV-2.

De acordo com dados coletados pelo consórcio de veículos de imprensa, atualmente o país conta com cerca de 148,6 milhões de pessoas totalmente imunizadas, isto é, que completaram o calendário vacinal com a aplicação da primeira e segunda dose dos imunizantes. Esse número corresponde a 69,15% dos brasileiros.

Quanto a dose de reforço, informações revelam que apenas 41,9 milhões de pessoas, algo em torno de 19,31% da população, foram vacinadas com a dose adicional. No público infantil com faixa etária entre 5 e 11 anos cerca de 574 mil crianças receberam a primeira dose contra a Covid-19.

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