Erupo de vulco do outro lado do mundo faz pr do sol no Brasil ser mais avermelhado

Se você notou uma diferença nas cores do amanhecer e anoitecer nos últimos dias, pode estar curioso para saber a razão por trás desse fenômeno. A causa é nada menos que uma grande quantidade de cinzas vindas do outro lado do mundo, onde há 20 dias o vulcão presente nas ilhas gêmeas desabitadas Hunga-Tonga-Hunga-Ha’apai entrou em erupção.

A explosão foi tão intensa que chegou a ser ouvida a mais de 500 km de distância. No infrassom, uma frequência que é inaudível para os humanos, a onda de choque deu várias voltas ao mundo e foi registrada por estações meteorológicas em todo o planeta, inclusive no Brasil, e em imagens espaciais de satélite.

O Brasil quase não tem registros relacionados a fenômenos do tipo, embora em setembro de 2021 um vulcão capaz de gerar tsunami no país tenha entrado em erupção.

Vulcões podem causar uma verdadeira devastação ao entrarem em erupção. A explosão principal do Hunga-Tonga lançou bilhões de metros cúbicos de cinzas na estratosfera, a mais de 30 km de altitude, e provocou tsunamis que varreram as costas de ilhas próximas, causando prejuízos incalculáveis.

As cinzas vulcânicas têm uma alta concentração de carbono e enxofre, que combinados com outros gases da atmosfera formam moléculas capazes de refletir o componente vermelho da luz solar.

Para chegar ao Brasil, as cinzas do vulcão viajaram mais de 22 mil km partindo de Tonga, que fica a oeste da Austrália. A maior parte das cinzas produzidas durante uma erupção formam nuvens piroclásticas, que viajam junto ao solo e causam grande devastação com acúmulo em locais próximos.

No caso do Hunga Tonga, uma parte das cinzas foi lançada a mais de 30 km de altitude, atingindo a estratosfera, segundo informações do Olhar Digital.

Uma vez acumuladas na estratosfera, as cinzas encontram ventos de até 100 km/h e nenhuma barreira natural, sendo capazes de viajar grandes distâncias. Além disso, como estão acima das nuvens que formam as chuvas, elas permanecem em suspensão por mais tempo.

Inicialmente, os efeitos das cinzas no Brasil foram notados na região Sudeste, mas com o tempo houve dispersão e mudanças também puderam ser observadas no Sul, Centro-Oeste e Nordeste.

Como as nuvens de cinzas são muito mais altas que as nuvens comuns, feitas a partir de vapor d’água, elas refletem a luz solar por mais tempo. Com isso, as noites brasileiras estão mais curtas; ou melhor, a escuridão das noites.

Em alguns locais, o céu tem permanecido iluminado por mais de uma hora após o pôr do Sol. No amanhecer, a escuridão é interrompida precocemente pelas nuvens avermelhadas das cinzas do Vulcão Hunga-Tonga.

Ao contrário do que você pode ter imaginado, a ação do vulcão não tem impacto negativo severo no clima do planeta. Embora uma erupção lance na atmosfera uma enorme quantidade de CO2, que produz efeito estufa, os efeitos sequer se comparam à atividade humana.

Além disso, quando as cinzas da erupção atingem a estratosfera, o enxofre acaba se convertendo em ácido sulfúrico, que se condensa rapidamente formando aerossóis de sulfato. Esses aerossóis conseguem refletir a radiação solar, provocando exatamente o efeito inverso do CO2.

No fim, a explosão ajuda a combater o efeito estufa. Erupções vulcânicas prévias muitas vezes foram responsáveis pelo resfriamento do planeta. Ainda não sabemos se a ação do Hunga-Tonga vai interferir de forma significativa no clima do planeta, mas uma coisa é certa: ela ficará conhecida como uma das maiores e mais devastadoras da história.