Google Play: loja de apps tem receita bilionria divulgada pela primeira vez em processo judicial

O Google enfrenta uma ação judicial por implementar possíveis práticas anticompetitivas em sua loja de aplicativos no Android. De acordo com as autoridades dos Estados Unidos, a big tech usufrui de políticas para impedir que os desenvolvedores de apps utilizem outras lojas além da Play Store.

Em meio às acusações de 37 unidades federativas do país norte-americano, uma nova exigência acarretou a divulgação da receita gerada pela loja de aplicativos. De acordo com documentos legais apresentados no último sábado (28), a Play Store gerou US$ 11,2 bilhões em 2019, isto é, o equivalente a R$ 58,3 bilhões.

O Reuters informa que o Google Play trouxe US$ 8,5 bilhões em lucro bruto e US$ 7 bilhões em receita operacional, resultando em uma margem operacional acima de 62%. Esses números são extraídos de operações como vendas de aplicativos, compras “in-app” (transações dentro dos apps) e a lucrativa plataforma de anúncios do Google.

Vale lembrar que esta é a primeira vez que os dados financeiros são divulgados avulsos à receita de outros serviços agrupados em uma única categoria. Segundo a empresa de Mountain View, esses dados estão sendo “utilizados para descaracterizar os negócios em um processo judicial sem credibilidade”.

Os acusadores, que incluem a Epic Games (também em processo judicial semelhante contra a Apple), alegam que a companhia gera lucros exorbitantes através da plataforma ao cobrar a taxa de 30% em cada serviço digital vendido dentro de um aplicativo.

O Google defende que existem outras formas de acessar os sistemas de armazenamento e pagamentos do Google, embora os autores do processo argumentem que essas opções costumam ser inviáveis e, por vezes, bloqueadas.

Outros documentos expedidos pela Epic Games afirmam também que a Gigante das Buscas teme perder lucros estimados em US$ 1,1 bilhão, caso o processo tenha resultado desfavorável à mesma. O julgamento deve se estender nas próximas semanas.