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Em ‘Amor, sublime amor’, Spielberg buscou representatividade latina: ‘Mais do que eu já tive em qualquer um dos meus filmes’ | Cinema

Em ‘Amor, sublime amor’, Spielberg buscou representatividade latina: ‘Mais do que eu já tive em qualquer um dos meus filmes’ | Cinema

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Ganhador de dez Oscars, é difícil dizer que o “Amor, sublime amor” de 1961 não é um clássico – por mais que algumas coisas consideradas normais na época sejam inaceitáveis atualmente.

Com isso em mente, para o diretor Steven Spielberg era fundamental que sua nova versão do musical, que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (9), apresentasse uma representatividade legítima de latinos.

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E a mudança não fica apenas do lado visível, com a escalação de um elenco formado por descendentes de porto-riquenhos, colombianos e cubanos. Apesar do roteirista, Tony Kushner, e do próprio diretor serem brancos, o cineasta garante que atrás das câmeras também buscou diversidade.

“Mais do que eu já tive em qualquer um dos meus filmes antes. Havia um bom número de membros da equipe que vieram direto de San Juan, no Porto Rico”, diz Spielberg em entrevista ao g1. Assista ao vídeo acima.

“Em termos de cor, de gênero, em termos de todo o espectro de latinos e hispânicos. Nos sentimos muito representados em ‘Amor, sublime amor’. Mas sempre precisa haver um esforço conjunto focado em trazer isso para dentro de todas as produções. E não só porque a história em si é latina.”

Rachel Zegler e Ansel Elgort em cena de ‘Amor, sublime amor’ — Foto: Divulgação

Uma nova versão para uma velha história de amor

A regravação muda muito pouco da história original, uma adaptação do musical que estreou na Broadway em 1957 e que já passou por inúmeras montagens e turnês pelos Estados Unidos e na Inglaterra.

Baseado no romance trágico de “Romeu e Julieta”, o enredo acompanha as repercussões de um amor avassalador e proibido em um bairro que passa por processo de gentrificação na Nova York dos anos 1950.

Ele, ex-membro e melhor amigo do líder de uma gangue de jovens brancos, os Jets. Ela, irmã do principal representante dos seus rivais, os porto-riquenhos Sharks.

“Acho que é muito interessante que os quatro gênios que criaram ‘Amor, sublime amor’ em 1957 – Jerome Robbins, que teve a ideia, Leonard Bernstein, que escreveu a música, Stephen Sondheim, um letrista brilhante, e Arthur Laurents, que escreveu o livro – eram quatro homens judeus gays”, conta o cineasta.

“Já estavam do lado de fora da sociedade majoritária. Eles sabiam do que estavam falando quando contaram a história dos porto-riquenhos e dos imigrantes, e dos imigrantes brancos de quarta geração que foram à guerra uns com os outros nas ruas de Nova York.”

Ariana DeBose e David Alvarez em cena de ‘Amor, sublime amor’ — Foto: Divulgação

Entre as mudanças em relação ao clássico escolhido pela Academia como o melhor filme de 1961 está principalmente a escolha de atores latinos para dar vida aos Sharks e demais moradores do bairro.

A maior delas é a escalação de Rachel Zegler para a protagonista Maria.

Descendente de colombianos, a atriz de 20 anos pega o papel que havia sido de Natalie Wood, filha de imigrantes russos que usou maquiagem para escurecer a pele no original e que precisou ser dublada por Marni Nixon nos momentos musicais.

Algo que definitivamente não foi necessário para a jovem que faz sua estreia em Hollywood. Afinal, Zegler foi escolhida a partir de um vídeo no qual interpretava canções do musical, enviado por ela mesma após ter visto um tuíte convocando artistas latinos para a produção.

Para a atriz, ter representantes legítimos da minoria retratada na história ajudou os atores a se conectarem com os personagens.

Rachel Zegler e Ansel Elgort em cena de ‘Amor, sublime amor’ — Foto: Divulgação

“A melhor arte vem de diferentes estilos de vida e experiências. E isso foi realmente abraçado no nosso set. As conversas constantes sobre o contexto histórico do nosso filme é incomparável com muitas produções”, diz Zegler.

“Todos nós já passamos por algum tipo de sentimento que os Sharks têm ao longo de todo o filme. Então, mais do que a representatividade que você vê na tela, houve muito cuidado tomado antes mesmo das câmeras serem ligadas.”

Ela é acompanhada por Ansel Elgort (“Em ritmo de fuga”) e outros jovens com experiência no gênero. Mas é Rita Moreno quem deve atrair a atenção dos fãs do primeiro filme.

Rita Moreno em cena de ‘Amor, sublime amor’ — Foto: Divulgação

Ganhadora do Oscar de atriz coadjuvante em 1962 por sua atuação como Anita (e de todos os outros principais prêmios das artes americanas ao longo de sua carreira, como o Emmy, o Grammy e o Tony) e uma das poucas porto-riquenhas do elenco original, a veterana de 89 anos assume um novo personagem na regravação.

O cineasta conhecido por revolucionar o cinema americano repetidas vezes em filmes como “Tubarão” (1975), “E.T.: O Extraterrestre” (1982) e “Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros” (1993) nunca tinha dirigido um musical, mas há anos expressa seu desejo por explorar o gênero.

Tanto que o desenvolvimento de sua versão de “Amor, sublime amor” acontece desde pelo menos 2014, quando ele começou a conversar com o estúdio sobre o interesse.

Cena de “Amor Sublime Amor” — Foto: Divulgação

Por coincidência – e uma pandemia no meio do caminho, que atrasou o lançamento de diversas produções –, a regravação chega em um ano rico para fãs de musicais.

Além de “Em um bairro de Nova York”, de junho, ainda são grandes as chances de que Spielberg dispute o Oscar de melhor filme em 2022 com “Tick, tick… Boom!”, outra adaptação dos palcos.

Dirigida por Lin-Manuel Miranda (criador de “Hamilton” e, olha só, da peça que gerou “Em um bairro de Nova York”), a cinebiografia de Jonathan Larson (outro famoso autor de musicais) conta até com participação de Stephen Sondheim, mentor de Larson e responsável pelas letras das canções de “Amor, sublime amor”, que morreu em novembro.

“Esta não pode ser a noite que tanto antecipamos, por causa da ausência de Stephen Sondheim”, afirmou Spielberg para o público na estreia da regravação, três dias depois da morte da lenda da Broadway, aos 91 anos.

“Suas letras incríveis para ‘Amor, sublime amor’ primeiro o colocaram no mapa e lançaram uma carreira que iria redesenhar completamente o mesmo mapa, reinventar os musicais e o teatro, e criar um currículo que, acima de qualquer dúvida, é tão imortal quanto qualquer coisa feita por um mortal pode ser.”

E se o número de grandes obras do gênero parecem celebrar a vida de Sondheim, Spielberg quer ainda mais.

“Não há tantos musicais com atores e de vez em quando alguns surgem em um ano, e então há quatro ou cinco anos nos quais não há nenhum. E então saem alguns, e no ano seguinte, e mais cinco anos, não tem nada. Eu adoraria ver mais musicais sendo feitos para a telona.”

Cena de ‘Amor, sublime amor’ — Foto: Divulgação





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